domingo, 30 de dezembro de 2012

Calças brancas em Janeiro...

Chegou o Inverno e com ele a eterna questão das calças brancas. Este assunto já foi super discutido em todos os cantos do mundo: uns dizem que sim; outros dizem que não; uns dizem que a moda não tem regras; outros que há regras a manter.


Em Portugal há um ditado que diz "calças brancas em Janeiro é sinal de pouco dinheiro." Eu entendo Janeiro como sinédoque de toda a estação que vai de Setembro a Março. Como já perceberam eu cá acho péssimo calças brancas durante este tempo todo. E agora os meus leitores, que apesar de serem uns queridos às vezes não me entendem, já estão a pensar "Lá está ela a ser super-tradicional e achar que não só porque não." Meus queridos leitores, Deus Nosso Senhor, que é um tio do melhor que há, deu-me inteligência q.b para pensar por mim mesma (embora, confesso, nem sempre a use). Sou contra calças brancas nesta altura por uma questão prática: tudo o que é branco suja-se imenso e quando sujo nota-se a kilómetros de distância. Esqueçam acharem que calças brancas vão ficar lindamente, porque faz aquele look gelo. Faz mais aquele look neve suja, 'tão a ver? É que meus queridos, aqui nesta Europa a norte do equador (para os que não estão a visualizar) chove p'ra lá de imenso no Inverno, fica tudo cheio de poças, lama em tudo o que é canto que esta nossa cidade de Lisboa vira um lago cada vez que chove um bocado. E o que é que vos vai acontecer? Vão chegar ao emprego ou seja lá onde for com umas calças tipo camuflado da tropa em tons castanhos em vez de umas calças brancas, giras e imaculadas.

Mas para não dizerem que sou uma preconceituosa que não 'tá escrita deixo-vos um post super interessante que encontrei sobre calças brancas (hélas! só para homens) aqui!

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Jantar dos restos

O nome é péssimo, mas garanto-vos que o evento é chiquérrimo! Todos os anos no dia 25 (às vezes 26) a minha amiga Desocupada dá um jantar de restos em sua casa. Chama-se assim porque cada pessoa leva alguns restos das megalómanas ceias de Natal com que nós e as nossas famílias nos deliciámos. Fomos quase todos: a pinky, o bratwurst, o schnoof, a chicona, a beata, o S, o G e a I, o MA e a R e até o pequeno filho do bratwurst. Só ficou a faltar o nosso amigo açoriano, ainda em terras insulares. O resultado é uma noite p'ra lá de animada, uma caturreira, e uma ementa muito mais variada do que possam imaginar: bacalhau não havia, quer porque quem o comeu comeu-o todo, quer porque nem todas as casas comem bacalhau na consoada. Mas havia um caldo verde de cair p'à banda feito pela Desocupada (e com chouriço do MA às rodelas); carnes frias (ou pelo menos carnes que já foram quentes, mas estavam frias); lasanha; e doces entre os quais um fabuloso double chocolat cheesecake feito pelo S. Eu não comi quase nada porque tive um almoço de Natal p'ra lá de bom em que fiz a fabulosa descoberta gastronómica desta quadra- sonhos de laranja e cenoura.

Estávamos todos animados, porque estamos sempre. Entre estórias engraçadas de há anos ou há meses, series deprimentes de televisão (vulgo "Novas Esperanças" ou coisa que o valha na Fox) e muitos copos de... vamos dizer sumo, mas sabendo que é mentira, trocámos os presentes.

A troca começa com o Pai Natal cabrão que é um nome super mal-educado para uma versão bem mais gira   do normal, e algo suburbano, jogo do amigo secreto. Cada um recebe um número de acordo com os presentes que há. Do primeiro ao último número escolhem-se os presentes com o catch de que as pessoas podem ou tirar um presente do monte ou roubar alguém que já tenha presente. Depois do jogo trocaram-se os presentes tradicionais. Os meus estão na foto. O ursinho da guarda imperial foi o presente que me calhou no jogo do Pai Natal... vocês sabem; os rebuçados (de que já faltam uns quantos) foram oferecidos pelo MA e pela R e são da papabubble que é uma loja de rebuçados artesanais fantástica que fica na Baixa; o garfo transformado em suporte foi presente (sempre super orginal e diferente) da Chicona; o cd foi presente da Desocupada; e o cachecol do bratwurst e do schnoof que acertaram em cheio (muito embora me tivessem prometido o calendário dos Dark Horses, ou lá como os pequenos se chamam).



Pelas onze já estava super pronta para me meter no metro e voltar para o subúrbio, mas a Desocupada, que é mesmo uma querida, ofereceu a casa para dormir lá. Dormir não dormi, porque fui sair com a beata e o S para o único sítio aberto na noite de 25. Mas disso não falo. Finalmente foi Natal!

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Brunch Natalício

Como já disse antes eu adoro o Natal. E uma das coisas que mais gosto são os sucessivos almoços, lanches, jantares com amigos nestes dias que antecedem o Nascimento do Menino de Belém. Mas a nossa amiga Chicona ontem brindou-nos com uma inovação: brunch de Natal.

Recentemente mudada para o seu belíssimo apartamento das avenidas novas a Chicona chamou-nos a todos para tomarmos o brunch com ela na véspera da véspera de Natal. Estivémos lá quase todos: o bratwurts, o schnoof, a pinky, a Desocupada, o sobrinho, a I e o G e o cão M. Vieram também novos amigos: o P. com a mulher, a J. e a sua cadela amorosa  P. pequinina.

Não houve nada de diferente porque essa é a melhor parte do Natal: nunca muda, ou se muda nós fazemos de conta que está tudo na mesma! Falámos, fofocámos, rimos, enfim fomos nós mesmo que quando estamos juntos é sempre uma caturreira!


A todos vocês meus leitores que tenham sempre mesas animadas como estas não só nas férias como no resto do ano, amigos animados como os meus e um Feliz e Santo Natal!

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Sweatpants are for sweatin'!

Há quem diga que quando a vida nos dá limões devemos fazer limonada. Eu cá, quando a vida me dá pérolas faço broches. E não podia desperdiçar de todo em todo esta pérola que vos deixo.

Uma vez que os suburbanos não estão sempre a presentear-me com conversas tão interessantes como a do post anterior tinha pensado em falar hoje dum problema que devasta a já de si nada óptima moda nos subúrbios: as calças de fato de treino. Há-as óptimas, com tecidos do melhor (menos aquelas de licra e seus afins), lisas ou padronadas, mas giras, mais caras ou mais baratas. Eu não tenho absolutamente nada contra calças de fato de treino. Desde que, entenda-se, elas cumpram a função para que foram feitas: para treinar. Eu mesma, para aproveitar o meu desterro suburbano, várias manhãs visto as minhas, que são em cinza e são óptimas, e faço um jogging matinal.

O problema é quando as pessoas as usam como se dumas calças normais se tratasse. Notícia de última hora: não são! Calças de fato de treino não são daywear, casualwear ou o que seja. Servem para treinar e nada mais. Nem para ir ali à mercearia, nem para passear o cão.

E pronto, isto era o que tinha para vos dizer sobre o assunto. Mas agora vem a pérola: estava eu a fazer uma rápida pesquisa de imagens para ilustrar este post e mais que uma imagem encontro todo um texto a acompanhar, de resto tão digno que eu o comentasse, e que podem encontrar aqui!


Gosto sobretudo quando este grande querido diz que esta é uma junção "mais ou menos improvável". Querido, não é, sabe? É que leather-jackets com t-shirts brancas usam-se desde que os bad-boys foram inventados nos anos 50. Depois esse look misturado com calças de fato de treino e calçado com a ditadura dos ténis brancos (outra marca suburbana) já eu o vi repetido ad nauseam por tudo o que é transporte público em direcção a quase tudo o que é subúrbio desta cidade. Agora, uma coisa lhe garanto- esse look, mais que improvável devia ser proibido porque é simplesmente mau. Uma dica- os anglófonos chamaram às calças de fato de treino sweatpants por uma razão, tá a ver?

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

The real strawberries with sugar

Por vezes a realidade é mais estranha do que a ficção e por vezes ambas misturam-se. Estava eu no outro dia no autocarro quando oiço atrás de mim uma piquena a falar altíssimo ao telemóvel. Eu aprecio esta nova geração, nada intimista e nada individualista, que adora porque adora partilhar a sua vida com toda a gente, às vezes até com banda sonora. Mas voltando ao assunto: a piquena, que não tinha mais do que 16 anos, partilhava os seus problemas esmagadores com uma amiga e a conversa (mais monólogo) foi qualquer coisa como isto:

"Epah não gozes, eu 'tou bue angustiada!É porque nós éramos bué próximos nas férias, 'tás a ver? Távamos sempre juntos, tipo eu, ele, o Ratinho, a Joana. E falávamos mesmo bué, 'tás a ver? Mas depois das aulas começarem ele ficou bué diferente e deixou de me falar. Pah, ele é bué influenciável!"

Queridos, eu juro que me belisquei para ter a certeza que não estava a sonhar ou que o autocarro não tinha mudado de rumo e eu estava nos estúdios da Contra-Campo. Mas é que era igual a uma cena dos Morangos com Açúcar, a qualidade dos diálogos (ou monólogos) e tudo. Quando me levantei para sair a piquena ainda contava as suas angústias todas. Eu esperava encontrar uma Benedita Pereira ou uma Cláudia Vieira ou mesmo uma Mariana Monteiro, mas não: era uma piquena gorda, com roupas deprimentes da Modalfa e com uma cor de cabelo que se compra no chinês e devia chamar-se palha queimada.

Não fosse eu ter mesmo que sair, que ia para a festa de Natal (de que falei aqui) sentava-me ao lado da piquena e dizia-lhe:

-Ouça querida, ele não é "bué influenciável", há é piquenas mais giras que você no liceu, 'tá a ver? Depois a menina não 'tá nada angustiada que angustiados tão os funcionários da função pública e assim, ouça. E trate de deixar de gastar o dinheiro da mesada em sundaes de chocolate, poupe um bocadinho que faz lindamente e compre uma boa tinta de cabelo e quem sabe até, sei lá, não comete uma loucura e vai mesmo a um salão de cabeleireiro pintar, que eu posso porque posso recomendar alguns. Esqueça já a Modalfa, faça um upgrade no seu closet, à laia de Margarida Rebelo Pinto, e passe a comprar na Zara. É ligeiramente mais caro, mas vai ver que compensa. E se não pode, porque não tem dinheiro ou assim, ir para um ginásio ponha-se já feito louca a subir e a descer as escadas do liceu ou do prédio e ouça, a menina ainda só tem 16 anos as aulas de Educação Física servem para imensa coisa, até para perder peso, 'tá a ver? E ouça, se esse piqueno deixou de lhe falar, mesmo que seja de cair p'à banda, esqueça-o já! Influenciável ou não ele não a merece! É que há muito mais marés que marinheiros, sei lá!.

Aposto que a piquena ficava logo óptima.

domingo, 16 de dezembro de 2012

Natal e suas festas

Eu adoro o Natal. Adoro ir aos shoppings terça-feira de manhã, quando não está lá ninguém e passear pelos corredores, ver as montras e beber algo quente num dos cafés. Amo ir à Baixa ver as luzes, que para mim continua a ser uma tradição de Natal. Os casacos elegantes, os cachecóis compridos, as decorações por todo o lado. Embora esteja num estado de quase miséria depois da morte do Giorgio e do meu exílio suburbano, uma condessa é sempre uma condessa e adoro procurar presentes, ainda que piquenos, para os meus amigos mais próximos. Gosto de escolher com cuidado porque acho péssimo correr tudo a livros ou CD deprimentes. Até já montei uma piquena árvore de Natal cá em casa em tons clássicos que eu mesmo suburbana sou clássica.

Mas Natal também é dar aos outros e como eu sou uma pessoa cheia de espírito natalício lá vou eu para a minha paróquia ajudar no bar durante a festa de Natal. Para quem, como eu, cresceu no subúrbio sabe lindamente como estas festas são porque garanto-vos que à parte umas inovações tecnológicas elas continuam iguais. Isto porque as piquenas a quem as mães vestiam uns pull-overs deprimentes com ursinhos e renas e cantavam desdentadas são as mesmas que agora têm filhos na catequese ou são catequistas ou mesmo ambas as coisas. Os miúdos andam a correr dum lado para o outro que ninguém os segura porque com tanta internet, wee e playstation em casa é um ver-se-te-havias tê-los sossegados algo mais do que dez minutos. E quem anda a correr atrás deles? As catequistas e os voluntários. Os pais devem achar que aquilo é uma espécie de continuação do infantário nas férias e ficam alegremente a conversar enquanto os miúdos fazem cabriolas empoleirados num sítio qualquer. Alguns ainda soltam um "Oh Ruben pára quieto se não queres apanhar!", mas para pouco efeito. Enfim, os piquenos lá cantam, dançam e fazem disparates porque afinal o Natal é das crianças. E talvez seja por isso que do meu tempo para agora (que também não é assim tanto) esteja tudo na mesma: é que há coisas que ainda são o que eram e isso é bom.